Comecei meus treinamentos marciais como todo garoto “urbano”, praticando Judô no colégio, após as aulas. O que me deixava feliz nesta época era a possibilidade de poder pular, saltar obstáculos, dar cambalhotas, sem me preocupar em derrubar o sofá da sala ou quebrar algum vaso.
Mas me lembro bem das primeiras noções de disciplina, dos conceitos morais fortes e da necessidade de nunca desistir da luta.
Um lapso temporal de 05 anos me levou a prática de outros esportes como a natação, e a arte marcial ficou um pouco esquecida. Até que em um “recreio” vi um amigo meu executando alguns movimentos de Tae Kwon Do.
Aqueles movimentos vigorosos e rápidos me interessaram, e me senti apto a experimentar. Uma mudança de cidade me fez afastar dos amigos...Logo, novos amigos precisavam ser feitos e nada melhor que uma prática esportiva conjunta para conhecer outras pessoas que pensassem como eu. O Tae Kwon Do me fez ganhar confiança, habilidades e também aprender que a luta não era só física. Durante uma apresentação na Asa Sul, lá pelos idos de 86, alguém que assistia a tudo veio falar comigo. Ele usava um boné marrom (daqueles tipo “golfe”), segurava um bastão de bambu, era baixo e magro, sandálias havaianas no pé... disse que estava olhando e perguntou se eu não queria experimentar uma luta diferente.
Mal sabia eu aonde tudo isso iria parar.
Shidoshi Rodrigo Müller