Era um final de semana chuvoso no parque da cidade e Yamato determinou dar duas voltas ao redor do parque, correndo. Logo eu que detestava correr seja de que forma fosse. Os treinamentos eram envoltos de mistério, quase sempre no mais absoluto silêncio, sem qualquer troca de palavras. Quase completando a segunda volta foi que notei, no meio do gramado, a figura baixa e magra, com seu inseparável bastão médio de bambu.
- Ohaio gozaimashita, “Mirer san”, espero que esteja bem disposto hoje...Você vai reaprender sua técnica de alongamento...venha até esta árvore...
Eu nunca havia ouvido falar de Junan Taiso e aprendi da forma mais rígida e dolorosa como os antigos Shinobi se preparavam para chutar com velocidade e elasticidade. Uma corda foi passada por cima de um galho e atada ao meu tornozelo. Com um vigoroso puxão, Yamato subiu minha perna e me manteve amarrado, sustentado pela perna, durante uns 10 minutos pelo menos. A dor era terrível, mas eu mordia o lábio e me mantinha forte. De repente, ele se aproximou e deu uns beliscões nos músculos da minha perna. Passei a não senti-los mais...A dor havia ido embora. Em compensação, eu não compreendia como conseguia manter a perna esticada.
Shidoshi Rodrigo Müller